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Foi uma experiência muito interessante. Eu, como uma baiana de escolha, ou soteropaulistana como dizem meus amigos, aprendi muitas coisas sobre a culinária baiana, suas tradições e culturas. Principalmente sobre o tabuleiro da baiana (me senti na música do Dorival Caymmi).
Escutar Elmo Alves (professor do SENAC) falando com emoção e defesa de um militante sobre a culinária baiana faz a gente refletir sobre o impacto da criatividade e da necessidade de identificação de um povo com sua cultura em seus pratos e alimentos. Outra militante fervorosa e emocional foi Rita Santos (da Associação de Baianas de Acarajé) defendendo a manutenção das baianas e seus tabuleiros como patrimônio nacional. A contribuição de Revecca Cazenave (INCRA) que discursou sobre turismo de base comunitária, principalmente de assentados teve como objetivo o resgate da culinária local enquanto patrimônio imaterial destas regiões, trazendo como exemplo a Chapada Diamantina.
A apresentação de trabalhos de alunos e professores enquanto contribuições acadêmicas enriqueceu o evento trazendo para a discussão o papel acadêmico deste tipo de encontro.
O ponto alto do encontro foi a apresentação do aposentado Antonio Andrade Santos que contou um pouco sobre a sua infância na “roça” e a relação das pessoas através da alimentação, como um contador de “causos” divertiu a todos e foi altamente ilustrativo.
O evento pecou um pouco em relação a dois aspecto, primeiro em relação aos palestrantes Ligia Amparo (Nutricionista professora da UFBA) e Ericivaldo da Veiga (apresentou sua pesquisa de doutorado), que levaram suas apresentações impressas e as leram para a platéia, o que ficou muito cansativo. Fiquei decepcionada, pois trouxeram aspectos interessantíssimos sobre a tradição da culinária baiana subjetividade, memórias afetivo-olfativas-gustativas e sobre receitas enquanto produção histórica, com todas as influências que sofreram, principalmente as africanas... Fiquei com muita vontade de saber mais, ou até mesmo ter acesso aos textos lidos pelos autores.
O outro pequeno pecado foi em relação ao coffee-break servido, esperava algo em harmonia com o tema do seminário, já que temos tantas iguarias baianas, também faltou o oferecimento de água.
Eu, que não sou baiana de origem e sim de escolha, aprendi muito, mas gostaria que tivesse a oportunidade de degustar as inúmeras iguarias que foram apresentadas, principalmente o acaçá, que foi a grande estrela.
Se alguém souber de um bom acaçá que possa ser degustado em Salvador, por favor, deixe nos comentários... Desde que acabou o seminário estou doida para provar!!!
Parabenizo a todos do SENAC pela iniciativa, no VI Seminário estarei lá!!!
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